MATERIALISMO HISTÓRICO

Núcleo cientifico e histórico da teoria marxista. Caracterizado por uma visão do processo histórico que procura a causa final e a motriz dos acontecimentos históricos importantes para o desenvolvimento econômico da sociedade, para a transformação dos modos de produção e consequente divisão da sociedade em classes sociais e na luta entres elas.
Marx e Engels iniciaram a formular o materialismo histórico com a produção da ideologia alemã, nos anos de 1844 e 1845. É neste momento que passaram a usar o materialismo histórico de modo consciente, passando a ser a base de seus estudos subsequentes.
            É considerado uma teoria empírica, posto que, em a ideologia alemã, conseguiram mostrar o caráter cientifico do suas teorias, pois não usaram dogmas abstratos e sim observações de condições reais, aonde suas teorias podem ser observadas empiricamente. Deste modo, é um quadro teórico que possibilita investigações sociais e históricas.
            Para Marx a estrutura econômica da sociedade, composta por relações de produção é à base da sociedade; base sobre o qual se cria a superestrutura politica e jurídica. Deste modo as relações de produção de uma sociedade correspondem a um dado momento do desenvolvimento das forças da produção material. Por isto, entende que o modo de produção da vida material condiciona o processo da vida social, politica e até mesmo espiritual.
            Com o desenvolvimento das forças de produção, Marx percebeu que estas entram em conflito com as relações de produções existentes e dificultam o seu processo, culminando em uma época de revolução social, posto que esta contradição – entre forças e relações de produção – divide a sociedade; e os homens criando consciência disto, lutam para resolver de acordo com sua ideologia. Consequentemente, entendeu Marx, aparecem novas e superiores relações de produção, que proporcionam um melhor crescimento da capacidade de produção da sociedade. Para ele, o modo de produção burguês representava a época mais recente da formação econômica da sociedade, mas seria para ele, a ultima forma de produção fundada no antagonismo das classes.
            As diferentes estruturas econômicas são explicadas e diferenciadas pela relação de produção dominante, porém, qualquer que seja a forma social da produção, trabalhadores e meios de produção, sempre serão seus fatores.
            O conceito de modo de produção pode ser entendido primeiramente como natureza técnica de produção, mas em outros momentos Marx o considera como um sistema social de produzir que esta localizado dentro de um conjunto de ralações de propriedade. Em outro momento, Marx menciona modo de produção como propriedade técnica e social pelo qual se da a produção. Enfatiza que é possível a coexistência de mais de um modo de produção, porém entende que em todas as sociedades há um tipo de produção que condiciona e limita todos os outros.
            Para Marx instituições politicas e jurídicas são partes da superestrutura, e seu caráter é condicionado pela natureza da estrutura econômica existente. Para ele, a consciência geral de uma época é condicionada pela natureza de sua produção. Mas é importante compreender que Marx não desconsidera as instituições jurídicas e politicas ou a superestrutura, posto que entende ser necessário superestruturas para estabilizar e organizar a sociedade. Um dos postulados do materialismo histórico é que superestruturas afetam a base, ou seja, a estrutura econômica.
            Importante compreender que dentro das relações de produção, os homens tem diferentes relações com as forças de produção e com os produtos. A posição econômica dos indivíduos – relações sociais – cria interesses materiais comuns e condiciona os indivíduos a uma classe social. Para entendermos isso podemos pensar em burgueses e proletários, e a compra e a venda de força de trabalho, ou e a propriedade e não propriedade dos meios de produção.
            Entendimento central do materialismo histórico é a posição das classes sociais, como determinantes da consciência e visão de mundo de seus membros. Deste modo, cada classe tem uma superestrutura sentimental, ilusões, modos de pensar comum. Por isto, os diferentes interesses das classes antagônicas propiciam a luta de classes. Para Marx, o êxito ou o fracasso final de uma classe se da com base em sua relação com o desenvolvimento das forças de produção.
            Para Marx o êxito final da classe proletária, do mesmo modo que aconteceu no momento da ascensão da burguesia, esta assegurado pela história. Deste modo, o materialismo histórico entende o domínio de classe como inevitável e necessário para a produção para além do nível de subsistência, para Marx, sem antagonismo, não há progresso.
            Marx conclui que o desenvolvimento do capitalismo provocará a ascensão do socialismo. Além disto, Marx enumera os modos de produção asiático, antigo, feudal, e moderno burguês como principais momentos do progresso da humanidade, porém estes modos de produção constituem fases gerais de evolução socioeconômica, e não são etapas que a historia obrigue todos os países a passar.


Referencias: Tom bottomore.

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