Breves considerações sobre Erving Goffman.


ERVING GOFFMAN (1922-1982).

            Formado em sociologia, Goffman em sua tese de doutoramento realizou pesquisa etnográfica na Escócia, aonde percebeu as interações nos bailes e em um hotel. A partir dai nasce à conhecida obra representação do eu cotidiano. Um dos temas costumeiramente estudados por ele é a interação social.
            Em 1961 em outra pesquisa etnográfica realizou estudo etnográfico em um hospital psiquiátrico e publicou manicômios, prisões e conventos, obra de prestigio para a luta antimanicomial.
            Pesquisou e produziu estudos sobre distintos temas, mas sempre atento as interações sociais, aos jogos de cena da vida cotidiana, ou seja, o modo como mostramos o que é bom em nós e escondemos o que é ruim. Estas pesquisas estão localizadas na conhecida área de antropologia da interação.
            Em 1969 publicou estigma, aonde estudou o manejo das impressões de pessoas deficientes, diferentes e estranhas. Percebeu que essas pessoas tem comumente sua identidade própria recusada na vida social, e que há uma infeliz exclusão dessas minorias.
            Em 1979 publicou gender advertiments, estudo sobre rituais de dominação masculina. Criticou o sexismo midiático com base no seguinte questionamento: a quem os anúncios se dirigem?
            Para melhor compreendermos Goffman, precisamos mostrar conceitos básicos para este autor, vejamos:
·         Interação social – (conceito usado comumente na Escola de Chicago); entende como interação social a ação social reciprocamente considerada, ou seja, o modo como há influencia do outro para a ação social.
·         Situação social – Lugar onde as pessoas se reúnem e coisas acontecem. Podemos entender por situação social o contexto no qual a vida social acontece e a partir disto podemos nos questionar sobre quem pratica a situação, qual a distribuição do espaço, como as pessoas falam entre si, etc.
·         Determinismo da situação – é conceito que entende a coerção social das demandas sobre os indivíduos. Também é um conceito usado comumente na Escola de Chicago. Pelo determinismo da situação podemos compreender o sentido da situação para o individuo. É um processo social, aonde podemos entender o papel da Bruxa, do louco, do preso.
·         Impressão e expressão. Por estes dois conceitos, tratamos de pensar na performance perante a situação social, deste modo, entendemos expressão como a face pública da personalidade e impressão como o ponto de vista do outro.
·         Manejo da impressão – é quando usamos estrategicamente a situação para passar uma impressão favorável de nós.
·         Instituição total – no dia a dia participamos de inúmeras instituições, como a família, a escola, etc. entendemos por instituição total aquela que ocupa todo o tempo do individuo, sendo o “mundo” da pessoa – manicômios, prisões, conventos. Comumente há uma séria assimetria de poder nestas instituições.
·         Estigma – formas ritualizadas de evitação pública de certas pessoas. Pessoas normais tem a identidade composta de vários elementos, já a pessoa estigmatizada é reduzida a dimensão do seu estigma. Há para Goffman, três tipos de estigmas – as doenças e as deformidades – HIV. Condições morais condenáveis – Homossexualidade. Grupos étnicos estigmatizados – Negros, judeus, ciganos.
·         Ritual – os rituais são pequenas interações do dia a dia. São gestos dotados de significados, ou seja, maneiras codificadas de comportamento expressivo.

**Considerações sobre Goffman com base em obra de Edison Gastaldo.

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